domingo, fevereiro 28, 2010

Lágrima...

Sempre me encanto com a capacidade incrível que temos para cicatrizar feridas.
Nas lágrimas que te molharam o rosto, vi exposto, sem rodeios, esse medo admitido de quem receia a solidão. Confessaste ser o teu maior medo. Nunca alguém me dissera isso assim, num mergulho simples nas palavras. Na pequena esplanada onde estávamos, os débeis raios de sol acolheram o meu soluço interior, disfarçado pelos óculos de sol. Não sentiste certamente, o tremor que me percorreu as veias. Um arrepio frio ameaçou decapitar o sorriso que cultivo. Sabes, amigo... Também eu temo essa sombra vazia. A ideia de um dia procurar um abraço em vão e apenas gesticular no vazio, aterroriza-me. Sou capaz de te empurrar pelos degraus, forçando a subida, por mais pesados que sejam os teus passos. Neste universo que abraço, estou pronta para subir a escada de novo. A queda poderá ser assustadora. Não importa, acredita. Marco os passos ao teu lado e a caminhada, a dois, compensa. 

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