
Há muito que esperava por ti. Vesti a camisola de cetim e senti o meu corpo todo vibrar com o toque do tecido maroto. Desenhava cada contorno do meu corpo, adivinhando-o, escorregadio, num azul brilhante.
Fiquei pensando no sorriso lindo que tens, perdida e deslumbrada. Escutei a palavra sempre certa que encontras. Senti o toque quente das tuas mãos. O pensamento foi deambulando pelo erotismo de quem veste a pele dos trinta. Tudo mudou e continua mudando, de forma abismal, ao compasso do tempo. A surpresa é constante. As descobertas são agradavelmente inesperadas. A idade não cansa, não pesa, não tortura, não deprime. A idade enaltece a maturidade do prazer intenso da mente e do corpo...
O sofá vermelho, convidativo, sorria, escondendo os pensamentos mais ousados. A pele brilhava sob o candeeiro de luz ténue, debruçado sobre mim. Estava quente. Todo o meu corpo parecia ferver. O creme hidratante atrevido, derretia, perfumando cada pedacinho de pele encontrado. Os poros morenos suavizados reclamavam-te, sentindo ainda o toque mágico das ondas que me tinham envolvido durante a tarde, na praia... O erotismo exalava das velas de aromas silvestres que ardiam, brincando no chão da sala. A alça da camisola de cetim deslizou pelo ombro e deixou a descoberto o bronzeado do sol.
Estava ali, distante do mundo, esperando por ti, sorrindo e acariciando o creme que derretia suavemente pelo ombro descoberto. Tudo parecia ter ganho vida naquele meu espaço. A chama das velas dançava com sensualidade esboçando sombras na parede. O cetim escorregava, teimando em desvendar a nudez macia.
Quando acordei, o sol entrava pela janela, me acarinhando. A doce luz despertou-me delicadamente. O pescoço dorido relembrou-me que adormecera, de novo, no sofá, pensando em ti.
Sem comentários:
Enviar um comentário