quarta-feira, janeiro 21, 2004

Delírios...

Foi assim que começou tudo no momento em que o médico me deu a primeira palmada que recebi na vida... Desatei aos berros e apercebi-me que o cordão umbilical fora cortado. Por vezes, ainda o busco em vão, mas de nada me serve. Actualmente, podem até ser congelados na esperança de curar doenças, mas o meu não o foi certamente. Nada que me pertença está congelado. A temperatura é elevada. Sempre. E tem sido uma vida coberta de delírios, apelando à protecção desse laço materno invisivel aos olhos (como diria Saint Exupéry), mas sempre constante nas atitudes desse coração vigilante que me gerou e permitiu-me assim emitir um som esganiçado após levar a dita palmada. Mas os delírios, esses vêem-se e sentem-se na pele. E não há palmadas que os controlem. Muito pelo contrário. Poderão, até mesmo, alimentá-los. Deixá-los seguir. Fazem parte da vida e das vivências que vamos construindo na busca ávida de momentos felizes. O certo é que, uma palmada (está comprovado) seguida de um bom berro, são sinónimos de vida. Depreende-se portanto, que, embora não esteja a sugerir que o mundo desate mais à pancada do que já anda, uma palmadinha no "rabinho", pode ser algo deveras estimulante. Avisei. Delírios. São constantes. Este foi apenas mais um.

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