quarta-feira, janeiro 28, 2004

Ai ... ai... é Amor...

Pois, lá ando eu a alta velocidade na via rápida hormonal, rumo a um alvo recente que me está simplesmente dando a volta à cabeça sem limites de velocidade e nem no carro dele andei. Que analogias são estas? Deve ser da hora ou então, da batida que tenho no cantinho direito do carro. Pode ter atingido algo mais. Uma coisa é certa: isto, não me parece nada normal. Então, porque sabe tão bem? Bem? Muito mais que isso!!! Na casa dos trinta, tudo é diferente. E eu que pensava que isto eram tretas. É um verdadeiro espectáculo pirotécnico constante. Pergunto-me: que tenho eu afinal? As mensagens não páram no tlm e os convites chovem. Resposta negativa em 99% dos casos. Acho que os homens cultivam o masoquismo (ou serei eu ?). Não consigo pensar a estas horas. A verdade é que embati num monumento de alma (e não só). Ai, que bom ser adolescente de novo. Amanhã, acho que vou para o trabalho com tranças. Pipi das meias altas. Não acredito que escrevi isto. Bem, a altura crítica do mês já se foi. Era suposto estar mais calma. A culpa não é minha. Juro. Estou aqui quietinha. Se chove em cima de mim, torrencialmente, claro que tenho de ficar perturbada. Ora. Eis a explicação. Estamos no Inverno. Chove mais.

quinta-feira, janeiro 22, 2004

Alta derrapagem...

Foi alta derrapagem o que me aconteceu hoje. Nem precisei estar ao volante de uma viatura. Dei por mim, estatelada no chão e em redor ninguém se dignou a me esticar a mão ou pelo menos me reconfortar com um sorriso. Um fim de relacionamento que nem chegou a existir, acho eu, acabou deslizando para fora dos limites da aceitação ética e solidária de qualquer humano, enquanto ser social. Despistei-me e nesse estado de choque de emoções explodindo por tudo o que é lado, tive um acesso louco de sensatez. Decidi,eu mesma, pôr fim ao que não tinha nem nunca teve lógica alguma. O que ouvi não passou de um: "É tudo?", completado por uma interrogativa fria e burocrática: "Mais alguma coisa ?". Questiono-me se isto de sentimentos e relacionamentos serão realmente meras transações e intercâmbios esporádicos de partes e estados da nossa alma, o "orgão" menos físico e, no entanto, mais sensível e debilitado, do metabolismo humano. Acompanha-nos uma consciência permanente de inconsciência e inconsistência de atitudes. Com o decorrer do tempo e o ganhar suspeito de maturidade, deparamo-nos com a sensatez mais lúcida e coerente de uma jovem com menos 10 anos que nós. Onde ficou o nosso bom senso? É... Vale realmente a pena recuar no tempo e tentar recuperá-lo. A vida já nos surpreende qb. De que serve declarar-se mártir das suas próprias atitudes ? Melhor será talvez usar material anti-derrapante. Mais vale prevenir que remediar.


quarta-feira, janeiro 21, 2004

Delírios...

Foi assim que começou tudo no momento em que o médico me deu a primeira palmada que recebi na vida... Desatei aos berros e apercebi-me que o cordão umbilical fora cortado. Por vezes, ainda o busco em vão, mas de nada me serve. Actualmente, podem até ser congelados na esperança de curar doenças, mas o meu não o foi certamente. Nada que me pertença está congelado. A temperatura é elevada. Sempre. E tem sido uma vida coberta de delírios, apelando à protecção desse laço materno invisivel aos olhos (como diria Saint Exupéry), mas sempre constante nas atitudes desse coração vigilante que me gerou e permitiu-me assim emitir um som esganiçado após levar a dita palmada. Mas os delírios, esses vêem-se e sentem-se na pele. E não há palmadas que os controlem. Muito pelo contrário. Poderão, até mesmo, alimentá-los. Deixá-los seguir. Fazem parte da vida e das vivências que vamos construindo na busca ávida de momentos felizes. O certo é que, uma palmada (está comprovado) seguida de um bom berro, são sinónimos de vida. Depreende-se portanto, que, embora não esteja a sugerir que o mundo desate mais à pancada do que já anda, uma palmadinha no "rabinho", pode ser algo deveras estimulante. Avisei. Delírios. São constantes. Este foi apenas mais um.