domingo, fevereiro 11, 2007

Tellement beau...

Chimène Badi (Dezembro de 2006, Paris)

Soufflent les nuages de ma vie

Tournent les mirages et le vent ce soir

Quelques pages d’un songe de fille brillent

sur la toile comme un rêve d’enfant

Tellement Beau,

la vie m’a ouvert les bras comme si

comme si un ange était là vous ici,

vous êtes en bas ce qui brille de là-haut

mon courage, mon sourire, toute ma vie

Tellement Beau

Mourir dans le sable de l’ennui

J’ai chanté dans le noir si fort ce soir

Les formules magiques quand je chante

Les larmes de mes rêves d’enfant

Tellement Beau,

la vie m’a ouvert les bras comme si

comme si un ange était là vous ici,

vous êtes en bas ce qui brille de là-haut

mon courage, mon sourire toute ma vie

ce que j’aime,quand je crie

Tellement Beau …

Tellement Beau …

Et qu’importe les rires et les efforts

quand je chante je fais brûler mon âme

tout en haut sur les toits et le ciel

Tout en haut

Tout en haut

Qui brille là-haut

mon courage, mon sourire,

toute ma vie

Tellement Beau,

Comme si un ange était là ……

vous ici

Qui colle à ma peau

mon courage, mon sourire, toute ma vie

Oh que j’aime,quand je crie

Tellement Beau

Tu as rempli de joie toute ma vie !

sábado, fevereiro 03, 2007

Carta a um amigo


Esta era a Janette...
Aqui ainda bébé...
Tinha menos de um ano.
Estava em cima
de um armário pequeno...
Queria descer...
A altura era um desafio.
Lembro-me bem
do quanto resmungava...


A minha menina... já com os seus seis aninhos...

Pronta para dormir... Natal 2003...

Linda... dócil...sempre feliz...
Aqui muito concentrada num osso de mascar...


(...) Para massacrar o meu coração, o início do ano começou com a perda da minha "menina", há 10 anos existente na minha vida: uma cadelinha que parece ter vivido comigo a vida inteira. Presenciou todas as minhas alegrias e tristezas e estava sempre ao meu lado. Chorava quando eu chorava, brincava comigo, sempre bem disposta e alegre, sempre junto de mim. Nunca adormecia sem que eu a abafasse com o seu cobertor, lhe desse palmadinhas no rabinho para adormecer, com a cabeça sobre a almofada de bébé ou peluche, deitada na alcofa junto à janela do meu quarto. Foi assim que ela partiu deste nosso mundo, nessa posição...com o seu peluche...Quando ela estava doente ou tinha pesadelos, tinha de ser acordada com cuidado e lá estava eu, junto dela, acalmando ou sendo enfermeira. Falava muito com ela e se que muito do que lhe dizia ela percebia. Cumplicidade por mim nunca antes experimentada com um animal de estimação. Tinha o cesto dos seus brinquedos, peluches, o tapete da Disney, as suas alcofas, e colchões e cobertores anti-alergicos, os seus recipientes para comer todos na moda, produtos de higiene dignos dela e bebia água mineral apenas e comida especial para dieta renal. Tinha tudo o que eu lhe podia dar e por vezes até nem podia, mas tinha de dar. A família toda sempre lhe deu brinquedos. Lembro-me que em bébé, recebeu do meu irmao um osso maior que ela...e mesmo assim, lá ia ela, arrastando-o por todo o lado, fazendo-nos rir... Sempre leva-a às consultas de acompanhamento para controlar a sua saúde e ela, sempre carinhosa, diante do seu médico abanava a sua cauda, mesmo quando estava doentinha. Nunca mordeu ninguém. A casota dela foi pintada por mim com desenhos de pegadas e cores bem vivas. E ela adorava tudo isso...Tudo isso ela agradecia, porque aprendeu a deleitar-se com estes mimos e este conforto, apesar disso não ser tudo ou não ser mesmo nada diante do amor que tinha por ela e ela por mim. Antigamente riam-se desta ligação entre os humanos e os animais...Hoje respeitam-se, pois quase todos nós já perdemos um animal que amavamos mesmo e sabemos o quanto doi.Tinha nome de pessoa, porque era para mim uma pessoa. Era a Janette. Uma rafeirinha que surgiu na minha vida num período em que me sentia muito só. Lembro-me do dia em que a vi pela primeira vez e passou a noite chorando com saudades da mãe, acabando por dormir, ao lado da minha cama, com a minha mão a acarinhá-la. Partiu, de repente, quase nos meus braços. Teve um AVC, cujo pico foi mesmo nas minhas mãos. Com os cuidados médicos e no conforto da sua alcofa, conseguiu sobreviver quase 24 horas. Mesmo durante esse pequeno período de dramatismo profundo, soube comunicar comigo, chamando por mim e pelo meus mimos... que agora parecem-me tão poucos... O sucedido caiu como uma bomba no meu peito. Veio alterar tudo. Veio alterar a minha rotina. O vazio da sua ausência ficou marcado para sempre.
Desculpa o desabafo.
Acordei com esta vontade.
Vontade de ter um amigo por perto.