Dançava, sentindo a seda despir as curvas do meu corpo na camisola semi-transparente. Era eu, autêntica, semi-nua, sensual e como que gritando o teu nome no escuro da dança quase tribal que me possuía, embalada num simples Bacardi-Cola engolido a "penalti". Isto fez-me lembrar algo. A primeira bebedeira, que pouco alcool exigiu. Resultara apenas da desabituação a esse poderoso revelador de verdades. E fiquei assim dançando, com uma vontade inexplicável de entregar o meu corpo à lua e sentir o vento directamente na pele, despreocupada, desinibida, sob os olhares curiosos que, de certa forma, expressavam desejo e eu, confesso, deliciei-me e queria senti-lo cada vez mais, esse desejo reprimido, quase explosivo. Alguma mulheres de olhos desviados, mas postos em mim, denotavam nitidamente inveja por não terem coragem de libertar-se assim, sem preconceitos. E o cetim escorregava e esvoaçava. O corpo ganhava, em cada ondular da brisa, uma sensualidade singular, despido de manias de regime, de dietas, de pilulas para emagrecer, de cremes para estrias e celulite... O corpo exibia-se assim, bonzeado, macio, nu, apelando à libertação dos sentidos. Sei que faz lembrar o anúncio do "Martini baby?" e a toalha cai deixando adivinhar claramente os recantos de uma pele que sente prazer , que vibra e se contorce simplesmente por ter poros. Os sinais e marcas mais discretos, tornaram-se estrelas brilhantes apetecíveis de tocar, na noite quente e libertina, a julgar pelos olhos que me abraçavam no silêncio. Quando acordei, estava nua, deitada na areia, com o sol me acariciando o rosto. Ao meu lado, junto aos cabelos ruivos, entrelaçados na areia, uma rosa vermelha, marcava os traços misteriosos de um sonho que afinal talvez tivesse tocado a realidade. O perfume da rosa fez-me vibrar e senti de novo aquele prazer quente, enaltecido, quase louco. Caminhei para o mar que me acarinhou e partilhou comigo um momento de Amor. Ao longe, no areal, a rosa vermelha brilhava, esperando o meu regresso, de corpo molhado, com as gotas deslizando, brincando na pele, tocando todos os mais íntimos recantos do meu corpo. Regressei ao espaço dourado e coloquei-a no cabelo. Fechei os olhos, acariciada pelo sol, inibriada na sensualidade de toda aquela vivência. E fiquei assim, deitada, palpitando ainda desejo, entregue a uma praia quente, onde a areia deslizando entre os dedos, confidenciava-me ainda que me queria sentir e partilhar o amor comigo, mais uma vez.
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1 comentário:
adoraria estar contigo nessa praia.............
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