quarta-feira, fevereiro 25, 2004

Sambando contra o stress...


É tempo de folia. É tempo de Carnaval. São dias enraizados numa tradição que remonta à Antiguidade e cuja origem ninguém consegue designar ao certo. Se alguns historiadores relacionam esta época com os cultos agrários, outros avançam no tempo e aliam-na às comemorações egípcias ou ainda ao culto do Deus Dionísio, um ritual da Grécia Antiga. O próprio termo revela, de igual modo, alguma imprecisão, evocando, como seria de esperar, a língua latina. Surge assim, associado à expressão “carrum novalis” (carro naval), remetendo-nos de imediato para a imagem dos tão criativos e espantosos carros alegóricos capazes de suportar o entusiasmo dos seus “passageiros”, com a energia à flor da pele. Poderá também reconhecer a sua origem na expressão latina “carnem levare”, evoluída para “Carne, vale” (“adeus carne!”), que designava a quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão da carne devido à Quaresma.
O certo é que a alegria que parece jorrar nestes dias, abusando nos conceitos de excentricidade e de desinibição, não suscita qualquer tipo de hesitação quanto ao esforço e empenho pessoais aplicados na elaboração de uma máscara original e criativa. O apelo nasce quase de forma espontânea e torna-se contagiante o simples “querer” participar neste samba que combate o stress e faz esquecer, por umas boas horas, o quotidiano e as rotinas malucas que esvaziam as carteiras, tais como, as despesas mensais. Estes dias não são numerados nem medidos. Aproximamo-nos do final do mês. Ninguém deu por isso. Ainda bem.
Os limites perdem-se (felizmente) e a coragem sai à rua vestida de “Trapalhão”, sambando contra os males da sociedade, numa crítica voraz, acesa, divertida, mas sobretudo realista. É no desfile “atrapalhado” que se centram as atenções dos madeirenses e turistas, cada vez mais numerosos, nesta época. O público aplaude os (des)“mascarados” e os mais destemidos entregam o corpo aos ritmos quentes de origem africana. Assim, dando uns pézinhos de samba, quebram a timidez e a passividade da assistência. Os “trapalhões” fazem as delícias das crianças e enchem de coragem os foliões que lavam a alma secretamente atrás de um “disfarce”, ousando cantar aos “deuses governamentais”: Ei, você aí, me dê um dinheiro aí, me dê um dinheiro aí”... Sambem. Revelem-se. Propaguem a epidemia. Quem sabe alguém influente nos ouve e lê os pensamentos exibidos atrás da máscara? Não custa tentar. É Carnaval.

(publicado no DN de 25 Fevereiro 2004)

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

Coluna


Em tempo de Carnaval, a palavra "coluna" remete ao som do samba e às brasileiras semi-vestidas abanando-se, num espectáculo de loucura, animação e diversão únicos no mundo. Não vou falar de samba, nem de abanos de ordem alguma. Refiro-me à minha coluna vertebral. Conduzi um pouco mais que o habitual e estou literalmente virada do avesso. Preciso de uma massagem.

domingo, fevereiro 22, 2004

Baile de Máscaras

A vida, por vezes, é um Carnaval fora de contexto. Pude constatar isso de novo. Muitas das pessoas que nos rodeiam andam mascaradas o ano todo e apenas na época carnavalesca têm a coragem de assumir quem são verdadeiramente. E como é Carnaval, “ninguém leva a mal”. É pena que o Carnaval seja apenas 3 dias. Se a honestidade e sinceridade pudessem ser prolongadas, o nosso ego social ascenderia ao top ético e moral num ápice. Hoje, até encontrei um príncipe! Não, não era um sapo transformado. Garanto-vos. Vi-o. Desfilou em pleno Funchal, saindo de um livro de histórias encantadas onde tudo sempre começa com a célebre frase: "Era uma vez"... Pois. Palavras, para quê? Claro que eu também poderia entrar neste Baile de Máscaras vitalício. Quem sabe, seguindo a maré da moda actual, não seria eu também uma Princesa, uma Rainha ou uma Super-Mulher?
De qualquer modo e, apesar do desabafo alucinado, não colocarei uma máscara fora de época. Vamos viver o Carnaval, sambar e brincar ao “faz-de-conta”. Vamos "curti-lo" agora, adequadamente, enquanto dura.

(Publicado no DN de 21 Fevereiro 2004)

sábado, fevereiro 21, 2004

Estou na lua...

Estou mesmo na lua. Conheci um Príncipe e ainda hoje, em conversa com colegas de trabalho, diziamos que eles estavam em extinção. Conheci um e tenho até medo de pensar que não seja mero fruto da minha imaginação. Mas que fruto! Deus existe! Ou então, minha imaginação anda hiper activa, além mares e fronteiras do credível. Não digo que seja um humano "deusificado". Digo antes que vem envolto numa névoa de charme que não tem limites. É... Deve ser uma das usuais alucinações aqui frequentes. Amigas, amigos, cada qual no seu contexto, vivam bem as vossas alucinações. Vivam-nas intensamente, enquanto podem. O Sonho pinta a vida de luz e apaga a dor. Vivam-no. Deixem-se alucinar. Tentarei fazer o mesmo. Um por todos e todos por um. E vamos lá confirmar se esse Príncipe é real. Belisquem-me!

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Hoje, o nome do blog mudou...

Plena mutação. Grandes mudanças se aproximam. Da forma que me estou a expressar, pareço uma daquelas ciganas que lêem as mãos. Não há nada como as mudanças. No entanto: Há coisas que realmente não entendo. Continuo maluca: quem me quer, eu não quero e quem eu quero, não me quer. É um pouco isso. Será grave? Deveria haver mudança neste plano também, mas não descobri ainda a fórmula para inverter estas noções. Matemática nunca foi o meu forte e as fórmulas químicas muito menos (embora química seja um campo deveras fascinante: mente suja). Estou presa num quiasmo, isso sim.


segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Lagrimas, risos e sexo

Realmente, este é o tema que me polui a mente. Não tenho culpa. Há pouco chorei como uma doida e depois ri como uma maluca. Parece contraditório, mas não deixa de ser naturalmente humano. Chorei de emoção ao ler dois mails enviados por duas amigas e senti nesse momento o peso da minha solidão. Acabei rindo desmanchada, quando um amigo meu, na tentativa de me arrancar uma gargalhada (acho que só queria a gargalhada) combinou um encontro no meio de um pinhal inexistente, dando-me as devidas coordenadas e tudo. Quanto ao sexo... Claro. Esse mantém-se em plena ebulição, não passando, no entanto, da teoria à prática. Juro que não fiz nenhum voto de castidade. Hoje, por exemplo, fizeram-me um piropo original, se bem que me tenha apetecido estatelar uma "tapa" no dito cujo. Além daquele comentário subtil, trancada num semáforo vermelho, vindo de um carro na faixa lateral: "Não sabia que as flores também conduziam" e de um outro bem ousado, também num semáforo vermelho (Benditos sinais! ): "Menina, poderia me dar o seu numero de tlm?" Ai, estes homens! Rica criação da natureza! No entanto, dessa subtileza romântica e charmosa na abordagem, ao dizer que " é pena estares de saia comprida pois queria constatar se as pernas também são boas..." Passei-me! A sério! Pensei aplicar um daqueles golpes que aprendi no Body Combat, mas a violência nada resolve. Resultado: risadinha amarela acompanhada de um olhar fulminante, afinal conheço o remetente de tal frase tão pouco gentleman e nada soft, mas ao mesmo tempo picante. Vem aí o dia de São Valentin. Uma amiga escreveu-me o seguinte: "Tu es absolument superbe ! et je suis sincère et c'est très bon signe. Ton corps ne te trompe pas. Il a maintenant envie de sortir de l'impasse et ce n'est plus qu'une question de temps. Je suis sûre que tu trouveras bientôt l'âme soeur car tu es vraiment séduisante, beaucoup plus séduisante (...)" Terá razão? Irei mesmo encontrar essa alma gémea? Mas onde??? "C'est bientôt la Saint Valentin. Un conseil : ne refuses plus les invitations. Si tu en as vraiment envie, vas-y !!!! cela te feras le plus grand bien. A rester tout le temps chez toi, tu te frustres et tu te fais du mal. Fais-toi du bien, tu n'en guériras que plus vite !" (E esta parte em que me aconselha a mandar as más línguas para o Diabo... Fantástica, esta mulher!) : "Et puis, au diable les mauvaises langues qui n'ont que ça à faire ! elles peuvent bien parler !!! On n'a qu'une seule vie et il faut en profiter ! Si tu restes à la maison, si tu refuses les invitations, tu leur donnes raison ! Non, non et non. Il faut vraiment que tu prennes du bon temps, tu as assez souffert. Ne fais plus que ce qui te fais plaisir ! Ne prends que du bonheur, du bonheur, et du bonheur ! " Palavras para quê... ? Quando ela repete exaustivamente para pensar só e apenas em ser feliz, ser feliz, ser feliz e que a vida é só uma, devendo por isso ser vivida ao máximo, é inevitável evitar uma lágrima de felicidade. Amigas dessas, valem uma vida. Impulsionada por estas palavras repletas de amizade, Lanço, aqui e agora, o alerta geral. Falo em nome de todas as mulheres livres, solteiras ou recém-solteiras (esta é gira...) Homens, precisam-se. Homens bons. Estão dispensados os interesseiros, os materialistas, os calculistas, os tarados por sexo e antipáticos. Caramba! Como posso explicar isto? Nunca recebi tanto convite na minha vida e nunca rejeitei tantos também! Onde andas tu príncipe...? Anda acordar a adormecida, aqui... Anda. Beija-me. Acorda-me para a vida.

quarta-feira, fevereiro 04, 2004

Linda! Estou linda! Uauuaaa!

Meu ego tenta convencer-me. Minha moral já esteve mais em baixo, é verdade, mas não me sinto essa beldade que apregoei no título. Muito pelo contrário. Mas vale a pena tentar. Ao entrar no blog lerei isso em negrito e quem sabe não massajo o ego por breves escassos centésimos de segundos. Ainda nao vos disse. Ele estava lindo, hoje, mais do que nunca... Caramba. Um monumento. Sim? Olhar não tira pedaço e já confessei abertamente: sou uma bomba de hormonas em explosão contínua e constante, afinal estou iniciando a casa dos trinta. Mas não repito mais isto. Só se for por extenso para não ter o impacto traumatizante ao visualizar o dito número, arriscando-me a perder o efeito narcisista do título ridículo deste post.