Cheguei de Itália ainda com a cabeça a flutuar de tanta ilusão e sonho e viagem no tempo. Foi um mês de Agosto verdadeiramente fascinante. Chego a questionar-me se perdi tempo realmente ou se não terei aprendido mais uma lição de vida? Não sei. Algo devo ter retido no meu coração abalado.
O certo é que chegamos a uma fase da nossa caminhada, em que cada degrau pode perder mais cor, parecer mais alto ou mais degradado. O grau de exigência no caminho impera, em simultâneo com a tolerância que aumenta visivelmente. Contraditório? Sempre contraditório, ou não seríamos humanos.
Como sempre falo de sentimentos e emoções que nos fuzilam de todos os ângulos, sem hipótese de fuga. É disso que, de uma forma ou de outra, se controi o meu quadro aqui. Fantasia ou não, imaginação ou não, penso que isso sim será o menos importante neste momento.
As paixões de verão são uma realidade, basta sair à rua em plena noite quente de verão e olhar em volta. Há apaixonados por todo o lado.
Nunca se sabe. Pode inclusive ser uma doença crónica sazonal, à qual seja impossível escapar. Sei lá...Incurável. Quanto a mim, sou uma eterna apaixonada por tudo o que manifesta atenção, carinho, mimo e deliciada com o charme masculino tão natural no macho latino, nada a fazer.
Parece que também eu estou declaradamente ligada à fatalidade do Verão que me faz acreditar na felicidade, nas amizades, nas pessoas, nos sorrisos e em todo esse espírito liberal e descontraído que tosta ligeiramente não apenas a pele bronzeada, mas os neurónios, confundindo-os, retraindo o raciocínio lógico e objectivo.
Para arejar as ideias, bem me apetecia agora sair com o carro e ir deliciar-me a ver as estrelas, purificando os pensamentos ainda confusos.
Impossível: O verão está no fim e a noite anda nublada. "Já não há estrelas no céu" como dita Rui Veloso. E aqui em baixo, longe do brilho dos astros, pobres humanos... Connosco, nada é fácil.