
Vim actualizar sentimentos e emoções, questionando-me se isso será humanamente possível.
Tentemos.
Mesmo com o pensamento em agitação, fervendo de ideias, cores e imagens, a emoção impõe-se, soberana. Confunde-se, embora bem definida, com um vulcão em erupção, destemido e acabo "quase" duvidando desses sentimentos que se dizem tão certos.
O mergulho foi livre, directo. Não houve espaço para uma palavra trocada e dei por mim, ouvindo-te deliciada, horas a fio, interessada, mesmo quando os bocejos físicos reclamavam horas de sono em atraso. Quis falar. Fui reprimida. Não foi a apatia que me reteve. Foi a simplicidade da minha sintaxe e do meu ser, maravilhada com o choque térmico dos teus olhos quase frios. Contraditório? Antagónico? Conservador? Não... Apenas um mergulho livre, quase envenenado, nessa voz embriagante, que nada promete, nada sente, nada questiona em si. E percebi. Percebi a dimensão do que sou. Senti-me grande. Gigante. Tenho afinidade por ti, intensa, ao contrário de ti, incapaz de corresponder a um coração como o meu. Não estou triste. Estou antes, consciente da dimensão da minha espiritualidade sensível. Sou uma mente com emoções, que abraça o mar e o céu, com a vida que tem e ama, que chora, ri e vive, sem medo, encantada com esse milagre da vida.
De alguma forma, serás sempre o meu anjo. Um anjo que voa, mergulha, mas que não se entrega ao céu quente, com medo de perder o poder na terra fria.